1- Quando e porque você começou a treinar karate?
Em 1967, meus irmãos treinavam com o sensei Tanaka logo no início quando ele começou a dar aulas com o Professor Lirton Monassa, fui ver um treino e me apaixonei de imediato. Como presente de aniversário, meu pai me matriculou.

2- Qual a sua graduação?
7º. Dan pelo Karate-do Tradicional e 5º. Dan pela JKA.


3- Em sua opinião, qual seria o diferencial do karate em relação aos outros esportes?
O Karate prioriza muito mais pela formação do indivíduo como um todo do que sua técnica isolada.

4- Quem foram seus professores?
Tanaka, Inoki ekyokai.com.brkyokai.com.br Lirton. Estes dois últimos eram recém formados em faixa preta.

5- Quais os títulos mais importantes que você conquistou?
Tetra-Campeão Brasileiro, Vice-Campeão Mundial, Título dos oito melhores karatekas do mundo (Japão), Dezessete vezes consecutivas Campeão Estadual (Kata / Kumite), Campeão Sul Americano, Campeão Pan Americano, diversas vezes Campeão Universitário, etc. Sei que estes títulos foram importantes na minha carreira, mas hoje eu sei que o título mais importante que conquistei foi o de campeão na minha formação como homem.

6- O que o karate significa em sua vida?
Tudo, tudo gira em torno do meu karate.

7- O que você acha da filosofia do karate?
Para mim, é uma “Bíblia” para formação do indivíduo.

8- Você fez parte de uma geração com grandes atletas que junto com você foram responsáveis pelo crescimento do karate no Brasil, como era o treinamento nesta época?
Difícil, árduo, sofrido e intenso…… mas sem dúvida muito prazeroso.

9- Você sempre foi considerado um karateka altamente técnico tanto nas competições como dentro da academia, você fazia algum treinamento especial?
Não, apenas me dedicava ao treino e ao karate como um todo, como se deveria.

10- Tive vários depoimentos que diziam que você era um karateka completo, pois além de executar katas com perfeição, se destacava também com maestria no kumite, como você avalia a relação kata e kumite?
O karate arte marcial é basicamente kata e kihon, o kumite é apenas uma conseqüência do bom e correto aproveitamento destes dois treinamentos, daí a importância de se dedicar muito no kihon e kata.

11- Hoje cada vez mais vemos o karate “esporte” crescer muito e em varias academias a “arte marcial karate” fica esquecida, qual sua opinião sobre isto?
Hoje, a procura para ser campeão ultrapassa a da formação do caráter, isso é errado! A competição é importante sim, mas como desenvolvimento humano, e por um período da vida. Depois desta fase tem que se prosseguir investindo no seu desenvolvimento como pessoa, dentro de uma sociedade para somar. A medalha só tem importância na hora que você ganha, logo depois ela não vale mais nada. O campeão de uma competição não é necessariamente um campeão da vida, e no karate verdadeiro, devemos buscar sempre a vitória na formação do individuo procurando sempre diferenciar o certo do errado.

12- Como você vê o Karate Tradicional, no Rio de Janeiro e no Brasil?
O Karate Tradicional é um estilo do Sensei Nishiyama que resgata o karate como arte marcial de defesa pessoal. É com muita tristeza que eu digo que este trabalho, na minha opinião, (Federação / Confederação) não foi bem executado aqui no Rio e Brasil, pois se fechou para todos os outros conhecimentos. Uma pena,  foi um grave erro!

13- Como o karate influencia em sua saúde?
O karate na minha vida é minha saúde.

14- Sensei, hoje, em algumas academias e eventos, percebemos que os novos praticantes de karate não têm o mesmo respeito para com o professor como antigamente, a hierarquia também esta esquecida, o que você acha sobre isto e o que fazer para corrigir isto?
Isso depende muito da formação dos atuais professores, pois eles é que tem que resgatar o karate como arte marcial e a formação do indivíduo.

Sensei, grato pela a honra , OSS!